terça-feira, 9 de março de 2010

"Propostas de Risco" ou "Quem Arrisca Não Petisca?"

Estava lendo o blog da Thais Linhares, uma ilustradora com 20 anos de carreira, e no dia 01 de março ela postou o tópico "Não Aceite Propostas de Risco!"

Diz a sabedoria popular, a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. 

Tanto na hora de aceitar serviços de risco quanto trabalhar sem contrato, quem leva a pior é o ilustrador que dedicou horas e abriu mão de outras oportunidades para concluir um serviço cujo retorno é incerto.

Muitas vezes a empresa ou o cliente que o contratam tem "N" projetos paralelos que independem do sucesso dessa única proposta de risco, e o lucro da empresa - portanto o salário deles - não está em jogo.

Enquanto o seu, está... Por isso trate de diminuir seu risco, se estiver num mês de vacas magras sem outros jobs, e não tenha outra opção além de aceitar o serviço, uma solução citada pela Thais é estabelecer um mínimo, nem que seja apenas para pagar suas contas.

É justo garantir este "piso" em qualquer job de risco que você precise fazer. Especifique em contrato o valor, e condicione um acréscimo ou uma participação nos lucros caso o projeto seja bem sucedido.

O importante é ficar sempre coberto, no pior dos casos o mês passou sem que você entrasse no vermelho e o trabalho feito, mesmo não obtendo sucesso no projeto, vai para o portfólio e vira experiência e uma boa história para contar para os amigos no bar.

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Apenas para acrescentar um causo pessoal no post, lembram o cliente que fugiu quando mostrei o contrato?

Pois é, era um projeto de risco. No contrato constava uma cláusula que incorporei para minimizar meus riscos - como o pagamento dependia de comissão de venda das ilustrações, eu não aceitaria que ele estabelecesse nenhum prazo para entrega das reproduções.

"Mas como assim???", vocês podem perguntar.

É simples, eu tenho o trabalho fixo na produtora e os outros freelances remunerados que aparecem. Eles são minha prioridade, pois tem remuneração certa. Como vira e mexe eu acabo pintando e fazendo algumas ilustrações para praticar, iria encaixar nesse tempo de lazer e estudo, independentes e não interferindo com o serviço.

"Certo, mas e se o cliente precisasse de uma encomenda urgente?", seria outra dúvida razoável.

Nesse caso também deixei no contrato bem claro - se fosse necessário estabelecer e cumprir prazos, deveria receber o adiantamento equivalente a 10 comissões de venda da obra de cada ilustração com data de entrega. Assim, as 10 primeiras vendas já estariam pagas e garantidas para mim, e eu iria voltar a receber as comissões normalmente a partir da décima primeira venda.

Como o contrato não foi aceito, o risco foi zero e o tempo gasto foi 1 hora para adaptar um contrato padrão de ilustração nos moldes que eu precisava.

Agora fui conferir se já carregaram as pilhas da caneta do tablet (sim, preciso comprar um Wacom urgentemente)! Fui!

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